sexta-feira, 27 de março de 2015

Bye bye Bairro Alto!

É assim que a minha malta resolveu chamar à festa que vamos fazer no sábado para nos despedirmos das instalações onde a minha querida USL está há muitos, muitos anos.
Se aquelas paredes falassem, diriam que ali houve muitas reuniões, muito trabalho, muito empenho, muitas bandeiras e cartazes e panos e pendões.

Diriam que se viveram ali muitas alegrias,a  alegria de um Primeiro de Maio que correu tal qual esperavámos ou que aquele plenário naquela empresa esteve à pinha e que os trabalhadores estão mesmo decididos a lutar por aquilo a que têm direito. A alegria de mais um bebé de uma colega que aí vinha, um aniversário, uma festa de Natal, uma noitada a fazer pastas para o Congresso, um pano pintado nos corredores imensos!

Diriam ainda que também houve tristezas, o familiar de alguém que partiu, uma luta menos conseguida, uma discussão feia, um mal entendido!

Mas aquelas paredes, naquele prédio no Bairro Alto, não mentiriam se dissessem que quem por ali passou nunca deixou nem deixará de acreditar que é possível construir um mundo melhor para todos e, isso só se conseguirá, com a união de todos os que trabalham e que acreditam que o poder social tem que ter prioridade sobre o poder financeiro.

Pela minha parte, tenho muita pena que o desenfreado interesse imobiliário e os cifrões nos olhos do proprietário do edíficio nos obrigue a sair dali.

Apesar de não exercer as minhas funções ali há cerca de 5 anos, aquela será sempre a minha casa. A casa onde aprendi a ser o que sou e onde aprendi a trabalhar.

Quando de lá saí, para "experimentar" outro tipo de trabalho, escrevi isto aos meus colegas que lá ficaram:

«Prestes a sair...
...de um sítio onde fui muito feliz!
Onde cresci!
Onde fiz amigos que são para a vida!
Onde aprendi que devemos lutar, sem medo, por aquilo em que acreditamos!
Aprendi que quem "mexe" com o país são os trabalhadores e é neles que reside a maior força que conheço!
Aprendi que a solidariedade não é, mesmo, uma palavra vã!
Aprendi que a União faz a força. Aprendi que é possível, conseguir essa União, no meio da diferença!
Aprendi que faz bem trabalhar com pessoas que pensam de forma diferente de nós!
Aprendi que o trabalho é central na vida das pessoas; que o trabalho tem mais do que a dimensão profissional!
Aqui, aprendi a trabalhar, e agora vou para outro lado, e espero ser tão feliz como fui aqui!»

Amanhã, despeço-me daquela casa.
Bem podem tirar-me daquela casa mas nunca conseguirão tirar aquela casa de mim!

quinta-feira, 19 de março de 2015

DIA DO PAI!

"Hoje teria sido um grande dia para ti!"

Já aqui escrevi, muitas vezes  sobre as saudades que tenho do meu Pai. E até pode ser que me vá repetir no que vou escrever neste momento e pode mesmo parecer algo estranho.
A maior pena que tenho, claro que a sua ausência continua a ser sentida e profundamente lamentada e ainda, muitas vezes, chorada, quase 18 anos depois da sua morte, já se tornou o "normal" (se é que aqui pode haver alguma especie de normalidade).
Mais que as saudades, mais que a vontade de partilhar momentos, mais que ouvir de novo a sua voz que a memória que tenho da mesma já nem sei se é a real ou se é a que eu criei na minha cabeça, mais do que tudo isto, entristece-me quase mortalmente o facto de ele não ter conhecido os netos.
Que raio, logo ele que sempre quis viver com um rancho de rapazes (filhos) e que não conseguiu, eu e os meus irmãos fizemos-lhe a vontade e trouxemos a este mundo 4 rapazes (e 1 linda menina!)
Que raio, quase todos os rapazes até sairam benfiquistas dos 7 costados como ele? E, tenho a certeza, que conseguiria dar a volta ao meu Salva e à Princesa Rita!
Que raio de vida..... pode parecer estranho mas, hoje, em mais um dia do Pai, este é o meu maior lamento, o meu Pai não ter tido a oportunidade de conhecer os seus 5 netos!

terça-feira, 17 de março de 2015

É desta!

Hoje deu-me para voltar aqui ao blogue. E o que eu gostava deste blogue. Aqui punha em prática uma das coisas que mais prazer me dá: escrever. E escrevi aqui tanta coisa! Estão aqui registados tantos momentos. Uns bons outros maus, isso agora pouco importa!

E hoje, deu-me para aqui. E estou feliz por isso. Talvez faça um contrato comigo mesma, por cada 10 posts no facebook, um texto no blogue. :)

Este blogue foi, em tempos, balão de ensaio, treino,  mais ou menos intensivo, para um projeto que está na minha cabeça há muitos anos que é escrever um livro - e estou-me lixando se será ou não publicado - um livro sobre a vida dos meus Pais! Uma vida cheia que merece ser imortalizada em livro mesmo que este não passe de um montinho de folhas A4, impressas numa HP e encadernadas com aquelas argolinhas pretas. Desde que esteja escrito para que o Guilherme, o Tomás, o Salvador, o Simão e a Rita, saibam quem foram os avós e o que fizeram na vida.

Depois de ler uma dúzia de textos, chego à conclusão que uns estão, de facto, bem escritos, têm interesse e provocam-me emoção a lê-los, outros há que são perfeitos disparates e tiros ao lado....mas não é assim mesmo a vida? Não é isto que dá sal à vida? Umas coisas muito boas, outras só boas ou más??!

Escrever é algo que me dá prazer, sei que o puderei fazer melhor, muito melhor, mas enquanto não consigo fazer melhor,com mais rigor, mais balanço, melhor pontuação e voabulário... vou fazendo como sei....