Sei que, cada vez que acontece alguma coisa muito importante na minha vida, eu pense - mesmo que nem sempre concretize - tenho que ir escrever sobre isto... Chego agora à conclusão que de diário, este blog passou a "livro" de memórias.
E o dia 30 de Novembro, será sempre um dia em que aconteceu "alguma coisa muito importante na minha vida": morreu o Zé Pedro, fundador e guitarrista dos Xutos e Pontapés.
Quem me conhece sabe que sou (e serei sempre) uma fã incondicional deste homem! Não me lembro da minha vida sem o Zé Pedro presente... pode pensar-se que aos 44 anos já não tenho idade para "ídolos" ou "paixões por figuras públicas". Pois digo-vos, que o Zé Pedro nem é uma coisa, nem é outra! O Zé Pedro foi sempre aquela pessoa por quem senti uma grande proximidade (e o mais perto que estive dele foi nas primeiras filas das dezenas de concertos dos Xutos a que assisti) e uma compreensão e carinho e amizade que, agora que começo a pensar bem, é difícil de descrever quanto mais de entender pelos outros!
O final de tarde do dia 30 de Novembro foi difícil. A morte do Zé Pedro chocou de frente comigo. Um choque que me levou de novo aos concertos dos Xutos a que assisti (o primeiro foi em Vialonga, com o meu irmão em 1980 e tal....); lembrou-me omeu primeiro álbum de Xutos, o «Circo de Feras» em cassete, comprada no Círculo de Leitores, no final dos anos 80; levou-me aos muitos concertos de encerramento da Festa do Avante; levou-me às páginas do livro "Não sou o único"; aos concertos que levei a minha afilhada ainda pequenina a aos outros em que já era uma Mulher e que já sentia a mesma paixão pela música dos Xutos (e pelo Zé Pedro, também!); levou-me ao primeiro Concerto que vi com o meu Paulo (tinha de ser Xutos!), em Odivelas; ao concerto do 35.º Aniversário dos Xutos no Meo Arena com os meus filhos... a verdade é que não me lembro de mim sem o Zé Pedro!
Percebi - agora percebi - que esta minha amizade pelo Zé Pedro é notada por todos. Tinha mais de 10 chamadas não atendidas no meu telemóvel naquela tarde do dia 30; encontro pessoas que ainda hoje me dizem que quando ouviram a notícia se lembraram logo de mim;
Desde dia 30 que acordo sempre a pensar "caraças, pá! morreu o Zé Pedro, como é possível?!"
O final de tarde do dia 30 de Novembro foi difícil. E continua a ser difícil. Não me consigo conformar. Meu querido Zé Pedro, vais fazer-me falta!